A seletividade da Justiça

“Enquanto isso, Lula segue resistindo aos seus obstáculos e encontrando alento e força nos braços do povo.”

Em continuidade ao golpe iniciado com o impeachment da presidente Dilma, na madrugada desta quinta-feira (05), o Supremo Tribunal Federal (STF) negou o habeas corpus preventivo ao ex-presidente Lula.

A sentença já era sabida por todos antes de mesmo do início do julgamento, isso por causa do cenário que se apresenta desde 2016, e da junção de forças que envolvem membros dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, com parte da imprensa e grandes grupos econômicos que têm claro interesse em tirar Lula do pleito eleitoral, bem como tirar as ideias progressistas das estratégias de governo.

O que se viu ontem no Supremo foram ministros usando argumentos jurídicos para embasar o cumprimento de um acordo previamente firmado. Ontem chegou a vez do Judiciário cumprir com o seu papel.

O senador Romero Jucá já tinha avisado que, com o Supremo, com tudo, que Lula seria retirado da disputa.

Mas nem todos fecharam com a pré-sentença contra Lula. Cinco ministros votaram a favor do habeas corpus, o que deixou para a presidente do Supremo, a ministra Carmén Lúcia, o voto de minerva. Ela bateu o martelo que negou ao ex-presidente o direito de esgotar todas as suas possibilidades de recurso.

Mas o que esperar de uma ministra que recebe, em sua casa, para um chá, o investigado Michel Temer? O que esperar dela, que salvou o senador Aécio Neves da perda de seu mandato? O que esperar de um membro do Judiciário que age de forma seletiva?

Enquanto isso, Lula segue resistindo aos seus obstáculos e encontrando alento e força nos braços do povo.

Foto: Ricardo Stuckert