Aliados livram Temer do STF

Deputados durante sessão de votação da denúncia contra Temer

“Em respeito à Constituição do meu país. Em respeito ao povo brasileiro e ao povo capixaba. Contra a compra de votos. Eu voto não ao relatório”. Essa foi a defesa do deputado federal Helder Salomão (PT-ES), ao proferir seu voto em favor da denúncia de corrupção contra Michel Temer, votada na noite da última quarta-feira (02), na Câmara dos Deputados.

O plenário negou, por 263 votos a 227, a autorização para o Supremo Tribunal Federal (STF) processar por crime de corrupção passiva, o presidente da República, Michel Temer, denunciado pelo procurador Geral da República, Rodrigo Janot, após a delação premiada do empresário Joesley Batista, que afirmou ter enviado para Temer R$ 500 mil por meio do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, então assessor especial do presidente.

Após denúncia feita pela PGR, Temer “correu atrás do prejuízo” e saiu em busca de aliados que o defendessem na Câmara. Negociou cargos, liberou recursos de emendas parlamentares, exonerou ministros que são deputados para que estes pudessem participar da sessão na Câmara e votar. Ao término da votação realizou um pronunciamento: “A Câmara dos Deputados se manifestou de forma clara e incontestável. A decisão soberana do Parlamento não é uma vitória pessoal, mas uma conquista do Estado Democrático de Direito, e mostra a força da Constituição”.

Michel Temer tem 95% de rejeição, e desde que assumiu a presidência do Brasil, há pouco mais de um ano, adotou medidas seletivas, que favorecem aos grandes empresários e prejudicam a população brasileira.

Para o deputado Helder, a votação da última quarta-feira “foi pela falta de vergonha, em defesa da corrupção, pelo golpe, pela impunidade, pela hipocrisia e com o objetivo de fazer o povo sangrar”.

Com o argumento de modernizar legislações e alavancar a economia do País, Temer, junto com seus aliados, “é responsável por reformas estúpidas que retiram direitos, atrasam a vida do cidadão e nada mais são que cumprimentos de acordos com a parcela da população que detém a concentração de riquezas, para pagar a conta do golpe”, completou o parlamentar.

Michel poderá ser julgado pelo crime de corrupção passiva ao término de seu mandato em janeiro de 2019.

Texto: Flávia Pinheiro

Foto: Gilmar Felix / Câmara dos Deputados