E a Tuiuti não se calou

Paraíso do Tuiuti

A escravidão representada no desfile da Paraíso do Tuiuti

O que a escola de samba Paraíso do Tuiuti fez na Sapucaí sábado foi o que podemos chamar de um verdadeiro espetáculo. Não somente pela beleza de seus carros coloridos, mas pela coragem de denunciar, em coreografias, a dura realidade do povo brasileiro.

Pela ousadia de usar o seu direito democrático ao protesto e apontar de forma didática a manipulação dos meios de comunicação, fantoches à serviço do golpe, a escravidão travestida de reforma trabalhista e o presidente vampirão da República.

Por descrever em verso e prosa o doloroso período da escravidão no Brasil, e mostrar que ele não acabou com a assinatura da Lei Áurea, mas que ele resiste aos dias atuais, camuflado e reforçado por medidas indecentes e absurdas deste governo golpista.

Por cruzar a passarela do samba cantando o retrocesso imposto por um governo ilegítimo, a Paraíso do Tuiuti deu o grito de liberdade de expressão, deu o grito de humanidade representando todos aqueles que têm a consciência, a capacidade de compreensão e o discernimento longe das articulações sujas promovidas pelo presidente vampiro e seus aliados.

A Paraíso do Tuiuti chegou a apoteose com nota 10 em todos os quesitos, principalmente na coragem de cruzar a Marques de Sapucaí, palco de uma das maiores festas populares do mundo, com o refrão: Meu Deus! Meu Deus!
Seu eu chorar não leve a mal, pela luz do candeeiro, liberte o cativeiro social.