Gritos dos Excluídos refaz passos de padre Gabriel em Cariacica

Grito dos Excluídos 2019, Porto Santana, Cariacica

Quem esteve no bairro Porto Santana, em Cariacica, na manhã deste sábado (07) viu acontecer a 25ª edição do Grito dos Excluídos, que com o tema “Este sistema não vale: lutamos por justiça, direitos e liberdade” pontuou a desigualdade social, a violência contra as mulheres e contra os jovens negros, a reforma de previdência, a degradação da natureza e o assassinato do Padre Gabriel, que completa 30 anos em dezembro.

Homenagem ao padre Gabriel

Foi a primeira vez que a tradicional marcha foi realizada em Cariacica, reduto de atuação do padre Gabriel em defesa dos oprimidos. Sua celebre frase “prefiro morrer pela vida, a viver pela morte”, estampava cartazes e camisas de muitos participantes enquanto percorriam o trajeto que o padre francês costumava fazer durante sua atuação na cidade.

As pastorais sociais

Diversos movimentos sociais, as pastorais sociais, membros da sociedade civil e populares somaram presença no ato por justiça e igualdade.

Deputado Helder Salomão

O deputado federal Helder Salomão (PT-ES) participou da marcha como faz todos os anos. Amigo de padre Gabriel e atualmente presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, o parlamentar, que é morador de Cariacica, destacou a importância da consciência e da união. “Precisamos estar unidos na luta em defesa da democracia, contra o autoritarismo e da retomada do protagonismo do povo. Nossos direitos não podem ser retirados e não podemos conviver com a violência como se ela fosse algo normal. É a união de forças que vai nos levar a um lugar diferente desse que estamos agora”, declarou Salomão.

Durante a passagem da caminhada, muitos gestos de apoio dos moradores dos bairros aconteceram. Muitos abraços, acenos e sinais de positivo foram recebidos por quem participava do evento, carregando faixas e cartazes com frases e palavras que lembravam os direitos dos cidadãos e as injustiças cometidas contra a população. Muitos se emocionaram com a leitura dos textos e declamação dos poemas, principalmente com a declamação de uma poesia que falava sobre o racismo em nossa sociedade.

O Grito dos Excluídos foi um ato de fé, luta, resistência e emoção, principalmente para as inúmeras pessoas que puderam conviver com padre Gabriel. Emocionada, Penha Lopes, moradora de Porto Santana e membro da Associação Padre Gabriel Maire em Defesa da Vida (APGM), definiu “foi um marco! Foi muito significante e emocionante para nós refazer os passos dele na cidade. Gabriel vive em nós”.

O ato foi encerrado com a oração de São Francisco de Assis.