Ufes faz 65 anos

Solenidade de abertura da celebração dos 65 anos da Ufes

Em meio aos ataques do governo a educação pública do Brasil, a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) comemora 65 anos de existência com resistência e com palestra da filosofa capixaba Viviane Mosé, que é ex-aluna do campus universitário.

O deputado federal Helder Salomão (PT-ES) participou da solenidade de abertura dos festejos nesta quinta-feira (02), momento em que cerca de 700 pessoas lotaram o Teatro Universitário.

Durante a solenidade a plateia se manifestou por várias vezes com gritos contra a ação do presidente em cortar verba das universidades, bem como sua atitude de chamar de balburdia comportamento de universitários dentro do campus.

Deputado federal Helder Salomão

Em sua fala, o parlamentar capixaba usou um poema para registrar sua opinião contrária ao comportamento do governo. “Os tempos são difíceis
Os tempos são sombrios
Por isso, contra toda tirania, Filosofia, Sociologia, Democracia, Utopia. Contra toda tirania, Ousadia, Sabedoria, Autonomia”, declamou Salomão.

A solenidade foi encerrada com palestra de Viviane Mosé, que abordou o tema A Educação Pública e a Sociedade em Rede: avanços e retrocessos.  Uma rica explanação sobre o comportamento da sociedade em rede e o que os abismos do mundo contemporâneo exigem. “É de uma formação humana que estamos precisando, uma formação geral, ampla, e não apenas uma preparação para o mercado de trabalho. Foi exatamente isso que eu vivi nessa universidade, aprendendo a viver, aprendendo a existir, a ser humana, a ser ética, a ter respeito, a conviver”, afirmou.

Viviane afirmou ainda que “a tecnologia hoje vai muito bem, em termos de agilidade e produtividade. Mas o humano vai mal. Portanto, qualquer escola hoje no mundo, da educação infantil à universidade, tem que ter como foco formar pessoas capazes de conviver, de pensar, de se relacionar. Teremos que dar novos formatos para uma sociedade em rede. Precisamos aprender a pensar e sentir por nós mesmos. Ou a humanidade para de agir como rebanho ou não teremos sociedade. Ou a escola nos estimula à autonomia e a uma ação cidadã no mundo , ou não haverá mais mundo”, afirmou a filosofa.